Periódico científico traz temas sobre Ecologia de Saberes e Saúde do Campo, da Floresta e das Águas
A noite de quarta-feira, 27, foi especial para o Núcleo de Estudos em Saúde Pública da Universidade de Brasília (Nesp/UnB) e o Observatório da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas (Obteia). Uma edição especial da Revista Tempus Actas em Saúde Coletiva (ISSN 1982-8829) sobre Ecologia de Saberes e Saúde do Campo, da Floresta e das Águas foi lançada no Brasil com a distribuição de exemplares impressos aos participantes da solenidade. Em julho deste ano, a versão eletrônica da Revista havia sido lançada em Portugal.
Revista foi lançada em parceria com movimentos sociais. Foto: Ádria Albarado
Para Fernando Ferreira Carneiro, coordenador do Obteia e editor especial deste exemplar, a edição da Tempus representa um fato histórico para a ciência brasileira, pois pela primeira vez uma revista científica tem movimentos sociais com notória experiência pela luta na saúde do campo e da floresta como editores e pareceristas e, ainda, artigos e outros textos escritos por eles. "É uma parceria entre a academia e os movimentos sociais resgatando a função social da ciência e essa é a ocupação do latifúndio do saber, talvez um dos mais difíceis de ser ocupado, e esse é o grande exemplo da Tempus", comentou.
O exemplar de 338 páginas possui 20 artigos originais, três de opinião, um relato de experiência e uma entrevista com Boaventura Sousa Santos, renomado pesquisador português e também editor da revista. A Tempus–Actas de Saúde Coletiva é uma publicação quadrimestral de caráter técnico-científico destinada aos profissionais de saúde e que atende à dinamicidade da comunicação eletrônica entre cientistas e profissionais atuantes na área de Saúde Pública.
A revista consolida o projeto de institucionalização de um periódico especializado em saúde pública, editorialmente vinculado ao Núcleo de Estudos em Saúde Pública (NESP) do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (CEAM) e Departamento de Saúde Coletiva (DSC) da Faculdade de Ciências da Saúde, ambos da Universidade de Brasília (UnB), Brasil.
Para Noemi Krefta, representante do movimento Grupo da Terra, fazer parte da edição e da revisão da revista foi um desafio, mas com retornos positivos. "Sempre foi dito para nós mulheres camponesas que não há necessidade de mulher estudar para trabalhar na roça, mas ao mesmo tempo que começamos a nos organizar, lutamos também pelo direito à educação e entendemos que além do processo formal de escolarização, há espaços para a educação popular, então, ajudar a construir a revista é um processo de educação popular em que você aprende a fazer fazendo e dá a sua opinião a partir do conhecimento que tem", afirmou.
Pioneira no tratamento dos temas, a TEMPUS traz artigos resultantes de trabalhos que ousaram desenvolver novas metodologias e abordar questões pouco estudadas. De acordo com os editores, o propósito deste número foi contribuir para a prática de uma ciência crítica e emancipadora por meio do diálogo de saberes entre movimentos sociais e acadêmicos engajados.
Valéria Mendonça, coordenadora do Nesp; Kátia Souto, secretária interina de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde (Segep/MS); Luiz Eugênio Portela Fernandes de Souza, presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco); Maria Fátima de Sousa, diretora da Faculdade de Ciências da Saúde (FS/UnB); entre outros representantes de movimentos sociais e professores da Universidade de Brasília, participaram do lançamento.
Por Ádria Albarado
Comunicação Nesp/UnB
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